terça-feira, 8 de julho de 2014

INCONTINENCIA URINÁRIA


A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, ou seja, em circunstâncias em que a pessoa não deseja urinar.
Para entender esse distúrbio, é preciso conhecer os mecanismos que envolvem o ato de urinar. A cada 10-15 segundos a bexiga recebe pequenas quantidades de urina dos canais que a ligam aos rins – os ureteres – e, quando fica cheia, os sensores nervosos locais enviam uma mensagem ao cérebro, dando conta da necessidade de esvaziar o reservatório.

Contudo, tal processo está sujeito à vontade de cada um, que determina a contração da bexiga e o relaxamento do canal de saída do trato urinário – chamado de uretra – para que ocorra a micção ou, então, ordena que a uretra permaneça contraída e a bexiga, relaxada até que seja possível urinar.

A incontinência se dá quando esse mecanismo de armazenamento e esvaziamento não funciona de maneira coordenada, sobretudo após algum esforço, como dar uma simples gargalhada, ou quando existe urgência urinária, um desejo incontrolável de urinar.
Embora afete 20% da população adulta, principalmente do sexo feminino e acima de 50 anos, essa condição não deve ser vista como uma consequencia natural do envelhecimento, até porque traz constrangimento e limitações sociais que comprometem seriamente a qualidade de vida das pessoas.

PRINCIPAIS SINAIS e SINTOMAS DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA:


A incontinência urinária pode ocorrer por dois mecanismos distintos, que levam a quadros um pouco diferentes.
No mais comum, a incontinência urinária de esforço, a perda involuntária de urina ocorre durante esforços, como tossir, espirrar, gargalhar e exercitar-se. Essa condição é mais frequente em mulheres e pode ter graus variados de manifestação, desde perdas mínimas com grandes esforços, até perdas volumosas com a mínima tosse, ao caminhar ou se levantar.

Na outra situação, conhecida como bexiga hiperativa, o principal sintoma é uma vontade de urinar muito intensa, que não pode ser controlada, que recebe o nome de urgência miccional. Neste caso, costuma haver uma perda maior ou a pessoa tem que fazer muita força para evitar o desejo insuportável de urinar.

No caso da bexiga hiperativa, a pessoa fica com o hábito urinário (o número de vezes que urina) alterado, muitas vezes interrompendo suas tarefas normais cotidianas e até mesmo interrompendo várias vezes o seu sono durante a noite.
Esse tipo de incontinência pode acometer homens e mulheres em todas as idades, embora seja mais freqüente em pessoas mais idosas. A bexiga hiperativa pode, ainda, se acompanhar de incontinência por esforço, nos casos de incontinência mista.

Em pelo menos metade dos casos, a incontinência urinária é transitória e decorre de causas reversíveis, como a infecção urinária, o pós-parto, o uso de certos medicamentos, prisão de ventre associada e as doenças ou condições que causam muita tosse, como a asma, a bronquite e o fumo.
Assim sendo, uma vez resolvido o problema, o quadro desaparece sozinho.

Na outra metade, a incontinência é persistente e está associada a alterações específicas, muitas vezes anatômicas.


A incontinência urinária em mulheres é uma condição muito frequente e tem duas causas principais: a incontinência urinária de esforço, em que o mecanismo de fechamento da uretra torna-se deficiente em graus variados, muitas vezes envolvendo a queda da bexiga, e a presença da bexiga hiperativa.
Nesta última situação o músculo da bexiga que permanece a maior parte do tempo relaxado adquire uma irritabilidade, uma sensibilidade maior a qualquer estímulo, contraindo-se e originando a urgência e até a perda da urina.

Nas mulheres, a incontinência de esforço pode resultar de flacidez congênita dos ligamentos que sustentam a bexiga, partos vaginais múltiplos, roturas perineais e prática de exercícios de muito impacto.
Já nos homens, a incontinência está mais relacionada à bexiga hiperativa ou decorre de cirurgia para tratamento do câncer de próstata.

DIAGNÓSTICO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA:

O diagnóstico depende de uma avaliação médica bem abrangente, que inclui o exame físico e a análise da história do indivíduo, além de testes diagnósticos, desde o simples – mas fundamental – exame de urina, que em tais caso é obrigatório para descartar uma infecção urinária, até métodos mais sofisticados, como a urodinâmica, que reúne um conjunto de exames para estudar detalhadamente o armazenamento e o esvaziamento da bexiga.

O objetivo é identificar a causa e o tipo da incontinência para a instituição do tratamento mais adequado.


TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA:

Se a incontinência for transitória, basta tratar a causa que o sintoma desaparece, como ocorre com a infecção urinária. Já os quadros persistentes têm tratamentos que variam conforme o caso e os achados diagnósticos.
As incontinências por esforço beneficiam-se hoje com procedimentos cirúrgicos muitas vezes minimamente invasivos, como a colocação de faixas sintéticas especiais, restaurando a posição e o fechamento da uretra.
Já a bexiga hiperativa, diagnosticada pelo estudo urodinâmico, o tratamento é preferencialmente feito com medicamentos por via oral e, nos casos mais refratários, com o uso de toxina botulínica injetável na bexiga (procedimento cirúrgico ambulatorial).
A cirurgia reparadora continua sendo o método de escolha para reverter a incontinência de esforço, mas não se aplica a todos os casos.

PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA:

A prevenção da incontinência urinária passa por alguns cuidados fáceis de adotar no dia-a-dia, como urinar a cada três ou quatro horas, garantir o bom funcionamento intestinal, aumentando a ingestão de fibras, controlar o peso e praticar exercícios físicos, de modo a fortalecer a musculatura pélvica que dá sustentação à bexiga e à uretra.

Para a mulher, é importante evitar os exercícios de alto impacto, além de uma boa assistência pré-natal e durante o parto, fundamental para evitar traumas na região pélvica.


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