sábado, 9 de agosto de 2014

ESQUIZOFRENIA

INTRODUÇÃO

Era chamada de "Demência Precoce". Foi descrita assim por Kraepelin em 1986. Logo depois, em 1911 a doença recebeu o nome atual "Esquizofrenia" por Bleuler.

DEFINIÇÃO

Esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que se caracteriza por uma grande desorganização dos processos mentais, havendo perda do contato com o real. Pode ser considerado um quadro complexo pois a pessoa apresenta sinais e sintomas que afetam os pensamentos, emoções, percepções gerando prejuízos sócio-econômicos para o paciente e sua família.

É considerada como grave problema de saúde pública, pois além de altamente incapacitante, ainda possui um custo para tratamento altamente elevado uma vez que o paciente tem grande dificuldade em ingressar no mercado de trabalho e, na maioria das vezes, seus familiares precisam abandonar seus empregos para cuidar do seu familiar doente. É uma doença crônica e predispõe a deterioração da personalidade do indivíduo.

A pessoa pode apresentar várias formas de manifestação. Algumas se fecham consigo mesma, com um olhar perdido. Mantém-se indiferente às circunstâncias ao seu redor e apresentam os sinais clássicos que são delírios e alucinações. Como exemplo de sinais clássicos temos: um amigo imaginário, audição de vozes, visão de pessoas que a perseguem tramando sua destruição, ou ainda acreditam ser uma pessoa famosa ou muito importante, como por exemplo, Hitler, Deus, Jesus Cristo, dentre outros.

Geralmente, não há como convencer o paciente que essas situações são apenas fruto de sua imaginação, irreais.

FREQUÊNCIA

Geralmente, a doença tem seu início no fim da adolescência e começo da vida adulta, mas pode também começar tardiamente, especialmente nas mulheres.


 TIPOS
  • Paranóide> há predomínio de delírios e alucinações, geralmente, mantendo o cognitivo preservado bem como as emoções. É o tipo mais comum, apresentando melhor prognóstico.
  • Hebefrênica ou Desorganizada> predomínio de alterações de afetividade e desorganização do pensamento. Apresenta achatamento emocional. Há ainda aspectos como trejeitos faciais, comportamento estranho e manias. É o tipo que tem o tratamento mais complexo por ser complicada. 
  • Simples> normalmente tem seu inicio na adolescência que apresenta diminuição da vontade e afetividade, empobrecimento do pensamento, isolamento social, poucas relações reais com a família. É pouco frequente.
  • Catatônico> alterações da motricidade, sendo os principais a atividade motora excessiva, extremo negativismo, mutismo, cataplexia (paralisia momentânea), ecolalia (repetição patológica, tipo papagaio e aparentemente sem sentido de uma palavra ou frase que outra pessoa acabou de falar) e ecopraxia (imitação dos movimentos de outra pessoa). O tratamento, portanto, é bem difícil. É um paciente que necessita de observação cuidadosa pois são propensos à desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou ferimentos auto-infligidos.
  • Residual > estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva. Nesse tipo predominam os sintomas: comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas, pensamentos ilógicos e isolamento social.
 CAUSAS

É difícil definir apenas uma causa para a doença. Geralmente, atribui-se à fatores predisponentes como genéticos, constitucionais e bioquímicos junto aos fatores ambientais para que ocorra o aparecimento da doença.

Fatores Bioquímicos: a mais citada seria a Dopamina como causadora dos sintomas. A Dopamina é um neurotransmissor central liberado no Sistema Nervoso Central que causa hiperatividade na pessoa. Esse desequilíbrio bioquímico causaria a Esquizofrenia.
Há também pesquisas para detectar anomalias cerebrais congênitas. 

Fatores Genéticos: é sabido que filhos de portadores de Esquizofrenia possuem aproximadamente 10% de chance de desenvolver a doença. Para a população geral esse risco reduz para 1%. Essa teoria explicaria não totalmente.

Fatores ambientais: 
a) Estresse: O estresse não causa Esquizofrenia porém pode agravar os sintomas. Situações extremas como guerras, epidemias, calamidades públicas não fazem com que as pessoas que foram submetidas à tais situações desenvolvam a doença em maior escala do que aquelas que não passaram.
b) Infecção por vírus: essa teoria que aborda que uma infecção causada por um vírus, seja ele conhecido ou não, desencadeie a esquizofrenia para pessoas que possuem pré-disposição, porpem tem sido descartada por falta de evidências.
c) Social: são sempre abordados, porém pela impossibilidade de pesquisa, não se faz possível afirmar qualquer coisa a respeito. Toda pesquisa científica precisa isolar a variável em estudo e nesse caso não é viável pois feriria a ética.

Há também outros fatores como: Nutricional. Um desequilíbrio alimentar que gera hipovitaminose causaria a Esquizofrenia. Contudo não há provas de que a deficiência de Vitaminas desencadeie a doença.

Ainda pode-se citar a relação com as Drogas. Todavia não há comprovação de que drogas lícitas ou ilícitas possam causar a doença. Algumas drogas como Chá de Cogumelo, Cocaína, dentre outras, podem causar sintomas semelhantes como alucinações e delírios, mas por enquanto não há relação com o aparecimento da doença.
SINAIS E SINTOMAS

Na Esquizofrenia, há dois tipos de sintomas. Os POSITIVOS e os NEGATIVOS.

- Sintomas Positivos

Define-se como sintomas POSITIVOS os Delírios e as Alucinações. Gradativamente, se não tratado, o indivíduo perde o seu referencial, ou seja, passa a apresentar total distorção de sua visão da realidade. Nesses casos, o mais comum seria o Delírio Persecutório que ocorre quando ele pensa que está sendo perseguido, observado a todo momento.

As Alucinações fazem com que a pessoa ouça ou veja coisas ou pessoas que não existem. Como por exemplo: ouvir vozes daqueles que, supostamente, o perseguem. Essas vozes, muitas vezes, podem levar o indivíduo a cometer suicídio, uma vez que essa voz estaria sugerindo que ele pulasse de um prédio, ou seja, essa "voz" o incitaria a cometer tal ato.

Há também alucinações olfativas (cheiros estranhos), gustativas (gosto de sangue na boca), táteis (sentir choque ou como se bichos andassem em seu corpo) e dos ógãos internos (ex: sentir os órgãos apodrecendo).

Esses sintomas nem sempre ocorrem. E em sua ocorrência podem variar em intensidade e qualidade. Há pacientes que não possuem delírios e alucinações, mas apresentam desorganizaçao psíquica e de comportamento

- Sintomas Negativos

Os Sintomas NEGATIVOS estão relacionados à fase crônica da doença, podendo ocorrer também na fae aguda.
Entende-se como sintomas negativos: 

- Falta de motivação ou apatia (fica deitado o tempo todo, descuida-se da higiene ou aparência. O que para essa pessoa era bom, passa a ser indiferente);
- Embotamento afetivo (diante de momentos tristes ou alegres não demonstra nenhuma reação);
- Isolamento (está ligado à Apatia e ao Embotamento, logo a pessoa se isola por não estar vivendo a mesma da realidade das demais pessoas);
- Alterações de comportamento (falar sozinho, tirar a roupa em público, dentre outros);
- Desorganização de idéias e pensamentos desconexos (Inicia um assunto, de repente começa a falar outra coisa sem nenhuma ligação e sem sentido).

DIAGNÓSTICO

É realizada, pelo médico, uma anamnese(entrevista) com o paciente e sua família para que seja captado o modo de vida  e toda a sua história. Quanto mais detalhes, mais poderá ajudar no Diagnóstico.

Ainda não existem exames biológicos para diagnosticar a doença, contudo existem evidências de alterações na anatomia do cerébro demonstráveis em exames de neuro-imagem e de metabolismo cerebral sofisticados como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, entre outros. 

Será também diagnosticado qual o tipo de Esquizofrenia que o paciente é portador.

TRATAMENTO

O tratamento consiste em controlar os sintomas e reintegrar o paciente ao convívio social. São utilizados duas abordagens: a medicamentosa e a psicoterapia.

Tratamento Medicamentoso: As medicações preconizadas são os antipsicóticos ou neurolépticos. Elas têm a capacidade de diminuir os sintomas (alucinações e delírios), na tentativa de fazer com que o paciente retorne à realidade. Essas medicações atuam no controle das crises e podem ajudar a prevenir o progresso da doença. Os seus efeitos colaterais são bem controlados.
Existem duas classes de antipsicóticos: osTípicos e os Atípicos.Os Típicos tratam somente os efeitos positivos e os Atípicos tratam os efeitos negativos.

Tratamento Psicosocial: o acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional e familiar são extremamente importantes para reduzir o índice de recaídas e reingressar o paciente à uma vida social.

Contato pelo e-mail: stacasa.meneghello@hotmail.com e/ou www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh
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