DEFINIÇÃO
Mais comum na infância, o hordéolo, popularmente chamado de terçol, é a
inflamação de uma glândula sebácea das pálpebras, que ocorre quando o ducto
secretor da glândula se obstrui. Esse processo inflamatório pode acontecer de
maneira isolada ou múltipla, na pálpebra superior e/ou inferior, e forma um
pequeno nódulo (caroço) inflamado na região acometida.
Na maioria das vezes, o terçol não representa gravidade, mas pode causar dor
e incômodo durante a fase aguda, que dura de 1 dia a 7 dias, em média. A
recorrência do terçol é indício de uma doença chamada blefarite, um tipo de
inflamação que acomete mais difusamente as pálpebras, não contagiosa e que pode
ser causada por bactérias, parasitas ou pela produção excessiva de uma camada
de gordura na pálpebra. Se diagnosticada, a blefarite deve receber um
tratamento específico, a fim de evitar a formação de novos hordéolos.
O terçol pode ocorrer de forma isolada, aleatória, sem aparente fator
predisponente. Ou pode ser recorrente e múltiplo, nos casos que está associado
à blefarite. Essa última predispõe à formação de hordéolos, e deve ser tratada
especificamente. Essa doença pode ser seborreica ( inflamação causada pela
produção excessiva de gordura ) ou por infecções bacterianas e parasitárias ou,
ainda, ter uma causa mista. O tratamento pressupõe o diagnóstico feito por um
médico que orienta higiene local e, geralmente, o uso de medicação tópica
(colírio e pomada), específica para cada etiologia.
Os principais sintomas relacionam-se à inflamação e estão presentes logo nos
primeiros dias: dor local, calor, vermelhidão e inchaço local e às vezes até de
toda a pálpebra comprometida.
O terçol pode passar da forma aguda (com dor, vermelhidão e inchaço
local) para a forma subaguda, quando não há mais dor, e apenas persiste uma
inflamação menos intensa e um pequeno caroço no local. A fase aguda pode
durar de 1 dia a 7 dias, em média. Já a fase subaguda pode durar até 30 dias.
Nessa evolução pode acontecer o esvaziamento natural do conteúdo do terçol,
quando ocorre extravasamento do pus. Entretanto, se um “caroço” persistir
sem qualquer sinal inflamatório (dor, edema ou vermelhidão local), a
denominação modifica-se para calázio.
EXAMES E DIAGNÓSTICOS
O diagnóstico do terçol é realizado pela avaliação de um oftalmologista.
Raramente, o médico pode indicar uma biópsia excisional – pequena cirurgia que
retira o nódulo - para análise das células que compõem a lesão. No caso da
blefarite, que pode ser condição predisponente para o terçol de repetição, é
indicada a coleta de material das pálpebras para a análise microbiológica,
permitindo diagnóstico etiológico e instituição de tratamento específico
conforme resultado de antibiograma.
TRATAMENTO E PREVENÇÕES
O terçol é tratado como uma inflamação local. Geralmente, recomenda-se
aplicar compressas mornas. É muito importante não manipular ou espremer o
local. Se o inchaço e a dor forem intensos, o que é raro, o uso de
antiinflamatório pode ser indicado por poucos dias.
A prevenção envolve basicamente a consulta oftalmológica de rotina. Em caso
de blefarite, é preciso realizar o tratamento adequado, incluindo-se a fase de
manutenção, que muitas vezes consiste em higiene das margens palpebrais
diariamente. Tanto o hordéolo quanto a blefarite não são inflamações
contagiosas – não sendo necessário, portanto, evitar o contato com pessoas que
apresentem seus sintomas.
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