É
uma doença infeccioso neuroparalítica causada pela liberação de toxinas
produzidas por uma bactéria chamada Clostrium
botulinum, encontrada geralmente no solo sob a forma não patogênica sendo
atualmente considerado um dos principais agentes do chamado “bioterrorismo”.
Em
seres humanos, a doeça é decorrente principalmente da ingestão de alimentos
inadequadamente preparados, principalmente os alimentos em conserva. Destes, o
palmito em conserva, por ter uma preparação inadequada e clandestina é o
principal responsável pela ocorrência de Botulismo.
INCIDÊNCIA:
O
Botulismo ocorre com maior frequência em países que possuem o habito de ingerir
alimentos enlatados e carnes conservadas.
Entretanto,
é atualmente uma doença rara ou subnotificada devido a dificuldade no
diagnóstico e nos sistemas de informação.
SINAIS e SINTOMAS DO
BOTULISMO:
O
período de incubação da doença variável podendo ir de 2 hs até uma semana mas
com media de 18 a 36 hs sendo que quanto menor for o período de incubação mais
grave será a doença.
Os
sintomas iniciais são o aparecimento de diplopia (visão dupla), dificuldade na
focalização de objetos, boca seca, disfagia (dificuldade de deglutição),
sintomas decorrentes da paralisia neuromuscular.
Seguem-se
os sinais e sintomas gastrointestinais sendo que os mais comuns são
representados por náuseas, náuseas e dores abdominais. O exame físico mostra
uma ptose palpebral (pálpebras caídas) e pupilas dilatadas muito reativas à luz
devido ao comprometimento neuroparalítico do VI par craniano (nervo craniano
que permite o movimento de lateralização do globo ocular).
Posteriormente
aparece uma paralisia motora do tipo descendente comprometimento intenso dos
músculos periféricos incluindo a musculatura respiratória sendo que o
comprometimento neuromuscular é bilateral, mas não necessariamente simétrico.
Em
todo o processo evolutivo dos sintomas da doença o nível de consciência do
paciente permanece inalterado.
A
morte ocorre geralmente por paralisia do bulbo raquidiano (que é a parte
inferior do tronco encefálico que comanda algumas funções vitais como
respiração, batimentos cardíacos e pressão arterial) ou também devido a
complicações respiratórias decorrentes do próprio tratamento.
O
exame laboratorial que dá o diagnóstico de certeza é a demonstração da
existência da toxina botulínica em amostras de soro, fezes ou de alimentos
suspeitos, feita pela inoculação de um destes materiais no peritônio de
camundongos (membrana que recobre os órgãos abdominais do camundongo).
Como
pode-se observar, este tipo de exame laboratorial é trabalhoso, oneroso e
demorado o que pode explicar a pequena quantidade de casos notificados.
Devido
a este fato, para fins diagnósticos, pode ser mais importante a associação da
anamnese (em que é feito um histórico sobre a presença do pacientes em certos
locais sujeitos a contaminação bem como um histórico alimentar sobre ingestão
de alimentos em conserva) aos sinais e sintomas clínicos bem como a presença de
sinais e sintomas neurológicos e gástricos associados a ingestão de alimentos
suspeitos.
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL:
Algumas
doenças podem apresentar sinais e sintomas muito parecidos aos do Botulismo
sendo necessário diferenciar tais doenças do próprio Botulismo. A esta
diferenciação chamamos de DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.
Assim
sendo, o diagnóstico diferencial deverá ser feito com alguns casos de Acidente
Vascular Cerebral (AVC), Miastenia Gravis (uma doença neurológica grave),
intoxicação por Atropina (isto é, um tipo de medicamento usado no tratamento de
Asma e/ou cólicas) sendo que a realização de uma Eletroneuromiografia pode
auxiliar nestas diferenciações.
TRATAMENTO:
O
tratamento envolve 03 partes:
1.
Tratamento
sintomático e de suporte: Consiste no tratamento da
insuficiência respiratória que ocorre em decorrência da paralisia do bulbo
respiratório o que é feito com o uso de respiração mecânica assistida (isto é,
uso de respiradores) que é de grande importância e diminui muito a quantidade
de óbitos por esta doença.
Após a introdução de
respiradores mecânicos o índice de mortalidade caiu de 60% para 20% dos casos.
2. Tratamento específico da doença: Consiste
na eliminação da toxina do trato gastrointestinal o que pode ser feita com a
realização de lavagem gástrica, uso de laxantes ou de enemas (isto é,
introdução de líquido pelo ânus para lavagem intestinal).
Também consta do
tratamento específico da doença a administração Antitoxina Trivalente A, B e E
de origem equina.
3.
Tratamento
de suporte: Consiste na administração de
antibióticos que estão indicados no caso de ocorrência de infecções
respiratórias que podem ocorrer durante o tratamento.
PREVENÇÃO:
A
principal prevenção consiste no desencorajamento da preparação doméstica de
alimentos além da inspeção da preparação industrial de alimentos em conservas
em todas as suas fases
Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh.
Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh.
Nenhum comentário:
Postar um comentário