segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DEPRESSÃO

DEFINIÇÃO
É um transtorno psiquiátrico que afeta profundamente o humor da pessoa, gerando uma por uma imensa tristeza associada à alterações no sono e no apetite junto ao desespero, dor, sensação de incapacidade, culpa, desilusão, pessimismo, preocupação, vazio, problemas de concentração,  dentre outros.
  É necessário salientar que uma pessoa que apresente um humor deprimido não é necessariamente um transtorno psiquiátrico, uma vez que devido à algum fato ocorrido como morte de um ente querido, efeito de alguma medicação, uma separação, dentre outras, ela poderá está sofrendo o reflexo desses acontecimentos que são inerentes à todas as pessoas.
Nesse caso seria uma Depressão Transitória pois tão logo a pessoa conseguirá superar essa tristeza e retomar o ritmo de sua vida. Na Depressão Patológica a tristeza é infinita e pode ocorrer mesmo sem uma causa e com o passar dos dias há piora até que o indivíduo seja conduzido pela doença à um estágio em que não haverá mais prazer em fazer nada, nem mesmo aquelas atividades que outrora lhe proporcionaram prazer.

INCIDÊNCIA

Segundo a revista BMC Medicine, 121 milhões de pessoas no mundo estão deprimidas. Esse número supera em quase quatro vezes os 33 milhões portadores de HIV.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2020 a Depressão será a principal causa de morbidade.
A doença poderá densenvolver em crianças, jovens, adultos e idosos. Mulheres são mais predispostas devido à variação hormonal, principalmento no período fértil.


CLASSIFICAÇÃO

A depressão pode ser classificada de acordo com a gravidade em:

- Primária ou Secundária: no primeiro caso quando não tem uma causa detectável ou  secundária quando causada por doenças, situações tristes inerentes à todos os seres humanos, medicamentos)
 -Genética: de acordo com o aparecimento em membros de uma mesma família (esporádica, espectral ou familiar)
- Unipolar ou Bipolar: quando não episódios de manias e na bipolaridade, há presença de manias.
- Leve ou Grave: será assim classificada de acordo com a gravidade dos sintomas e o grau de acometimento da vida da pessoa;

TIPOS DE DEPRESSÃO

- Depressão reativa ou secundária

Ocorre diante de situações inerentes à todo ser humando como luto (perda de um ente querido), doenças físicas (Câncer, AVC, Lupus, dentre outros), uso de medicamentos. Esse tipo de Depressão corresponde à aproximadamente 60% de todas as depressões.


- Depressão menor ou Distimia

Quando o indivíduo é portador há pelo menos dois anos no indivíduo; ocorre pela presença de uma síndrome depressiva. Nesse caso, o paciente até mantém uma vida social porém desprazerosa, como se fosse algo mecânico, sem vida.


- Depressão maior ou unipolar

Nesse tipo, a causa da desordem depressiva não tem relação com situações de stress ou qualquer outro fator, logo os episódio depressivos ocorrem em momentos diversos da vida do indivíduo que, geneticamente, possui predisposição à doença.
Seria uma disfunção, proveniente de fatores hereditários e bioquímicos, dos neurotransmissores (Noradrenalina, Serotonina e/ou Dopamina) podendo ou não estar associada aos receptores ao nível do Sistema Nervoso Central. Esses receptores seriam como as buchas e os neurotransmissores como o parafuso. A bucha recebe o parafuso porém se houver qualquer problema na bucha ou com o parafuso essa recepção/encaixe não ocorrerá.
Nesse caso, os sintomas apresentados são intensos e graves, fazendo com que o indivíduo venha agir de forma anormal, com alto risco de propensão ao suicídio, caso a pessoa não receba tratamento adequado. Esse tipo de depressão corresponde à aproximadamente 25% dos casos de depressão registrados.

- Depressão Bipolar ou Psicose Maníaco-Depressiva
Caracteriza-se por uma alternância do humor e atinge 10% das pessoas. Ora deprimida, ora períodos de mania, podendo ocorrer também períodos normais de humor.
Na fase da depressão, a pessoa apresentará alguns ou até mesmo todos os sintomas descritos nesse texto.  Na fase da mania a pessoa apresentará um coportamento  eufórico e até mesmo irritação. Há um prejuízo na capacidade de julgamento de suas atitudes e um comportamento social geralmente constrangedor, uma vez que nessa fase a pessoa poderá ter atitudes nocivas à ela e/ou aos que vivem ao seu redor, pois suas atitudes são precipitadas e incoerentes. Há pessoas que dão todas as roupas, móveis da casa. Muitas até vendem pensando estar fazendo bom negócio, envolvem-se em relacionamentos amorosos complicados, dentre outros. A "mania", se não tratada, pode piorar e a pessoa, possivelmente, começará a ter alucinações e/ou delírios. 
  
Subtipos da Depressão
- Depressão Pós-parto: está relacionada às alterações hormonais, ao parto, à mudança de hábitos de vida após o nascimento da criança. Geralmente ocorre entre 2 a 12 meses após o parto, mas geralmente aparecerá após três meses do parto. Há caso graves em que a pessoa cometeu Infanticídio (assinato do bebê).
- Depressão Melancólica: caracterizada por sua forma grave em que ocorre relevante retardo ou agitação. Nesse caso os sintomas são piores pela manhã. A pessoa apresenta anedonia (perda do prazer).
- Depressão atípica: nesse caso, se a pessoa for estimulada, ela conseguirá reagir e até mesmo alegrar-se. Nesse caso a pessoa sente muito sono e aumento do apetite. Poderá também apresentar extrema ansiedade.
- Depressão Sazonal: ocorre em determinado período do dia ou estação do ano. É mais frequente em países que possuem um inverno rigoroso.
- Depressão com sintomas psicóticos: há presença de delírios e alucinações. É um subtipo raro.

CAUSAS 

Nem sempre é possível fazer uma afirmação pontal sobre o que realmente poderia ter causado a Depressão em um indivíduo. 
As causas são múltiplas e quando somadas, desencadeam a doença. Vejamos as principais:

- Bioquímica: Existem evidências de alterações químicas no cérebro da pessoa. Essa alteração, geralmente, está relacionada com os neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina e pode ter sido causada por disfuncção bioquímica do cérebro. 
Os fatores psicológicos e sociais, podem ser apenas consequência e não a causa da Depressão. O estresse pode fazer com que o quadro aconteça mais cedo ainda caso a pessoa tenha predisposição. Essas pessoas que apresentam alterações, não necessariamente, desenvolverão à doença ainda que haja problemas do tipo: traumas na infância, doenças, consumo de drogas sejam lícitas ou não, uso de medicamentos, dentre outros.
 - Hormonal: Alterações hormonais podem causar Depressão. Esse desequilíbrio pode ser causado por problemas na tireóide, pode ocorrer no período da Menopausa, além de outras.
- Genética: a ocorrência da doença em pessoas que possuem histórico familiar de Depressão é mais comum. Os pesquisadores de todo o mundo tem feito estudos para descobrir os genes que possam ser os responsáveis pela Depressão.
- Acontecimentos ao longo da vida: perda de um ente querido, dívidas, problemas familiares, dentre outros podem desencadear a doença. Podemos citar também alguns traumas de infância como abuso sexual, violência doméstica, dentre outros, geralmente, podem causar alterações permanentes no cérebro, deixando assim a pessoa predisposta à desenvolver a doença.


SINTOMAS

- Distúrbio do sono (insônia ou sono excessivo);
- Prazer diminuído ou nenhum, em realizar atividades que antes eram agradáveis;
- Alterações no peso devido à falta de apetite ou apetite excessivo;
- Inquietação/Agitação ou apatia quase todos os dias;
- Fadiga constante ou perda de energia;
- Sentimento de culpa excessiva;
- Sentimento de desvalia (a pessoa se acha inútil, inferior aos outros);
- Aborrecimento com situações que antes não incomodavam;
- Lembrar-se do passado de forma que sinta raiva e/ou arrependimento;
- Sentir-se infeliz o tempo inteiro, sem motivo nenhum;
- Mutismo ou pouca conversa, porém antes a pessoa conversava normalmente;
- Tristeza profunda quase todos os dias, ou diariamente;
- Sentimento de solidão mesmo com pessoas a volta;
- Crises de choro frequentes, sem motivo;
- Indisposição frequente;
- Sentimento de rejeição (a pessoa pensa que ninguém gosta dela);
- Irritação e inquietação;
- Dores persistentes, dores de estômago que não melhoram com tratamento;
- Pensamentos suicidas (planeja a sua própria morte)
- Desleixo ( a pessoa não tem vontade de se arrumar, cuidar de sua higiene);
- Sentimento de culpa e de decepção consigo mesma;
- Autocrítica por suas fraquezas;
- Dificuldade para tomar decisões;
- Falta de apetite sexual;
- Perda do interesse por outras pessoas;
- Isolamento;
-Dificuldade de concentração (dificuldade nas atividades diárias que desempenhava normalmente);
- Pensamentos de morte (a pessoa pensa que a morte para ela seria o melhor caminho);
- Pessimismo (pensamentos ruins sobre as pessoas, situações);
- Agressividade;
- Déficit de memória

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Depressão será feito clinicamente de acordo com a anamnese (entrevista) realizada junto ao paciente e/ou familiares. O paciente contará ao médico todos os eventos ocorridos nos últimos tempos.
Para que seja diagnosticado como depressão, por um período de pelo menos duas semanas, o indivíduo deverá apresentar humor deprimido e falta de interesse para realizar suas atividades diárias  além de mais cinco sintomas descritos acima.
É importante ressaltar que várias doenças podem causar um estado de depressão secundário, por isso é importante que o Diagnóstico seja sempre feito por uma Especialista.

TRATAMENTO

Se houver um tratamento adequado, a Depressão pode ser curada. Em caso de depressões mais leves e com pouco prejuízo sobre as atividades diárias, o tratamento poderá ser apenas psicoterápico.
Em casos de depressões mais graves, com maior prejuízo sobre as atividades diárias da pessoa, pensamentos suicidas ou até mesmo tentativa, o tratamento deverá ser medicamentoso, além de acompanhamento psicoterápico.

É importante ressaltar que nos dois casos a avaliação e o acompanhamento médico é imprescíndivel, mesmo quando o tratamento prescrito seja apenas psicoterapia.

Os antidepressivos são bem tolerados, seguros e geralmente não causam dependência quando prescritos pelo médico. O pico da medicação, ou seja, começará a fazer efeito por volta de duas a quatro semanas. Alguns antidepressivos podem causar alguns efeitos colaterais porém a medicação não deverá ser suspensa sem comunicar ao médico, que poderá substitui-lo. Em alguns casos, será necessário tomar a medicação, por toda a vida da pessoa. Isso evitará crises recorrentes.
De acordo com os sintomas apresentados, com a gravidade da Depessão, poderá ser associado também outras classes de medicamentos que seriam os ansiolíticos e os antipsicóticos.

OBSERVAÇÕES

Os familiares deverão estar cientes sobre os sintomas e tratamento da doença. O apoio familiar é de extrema importância para ajudar o indivíduo a reintegrar no convívio social, a cuidar da alimentação, higiene pessoal, dentre outros.

Lembre-se que a Depressão é uma doença. Não é frescura, loucura ou qualquer coisa parecida. Ignorar os sintomas poderá piorar o quadro uma vez que se for precoce o Diagnóstico o Prognóstico será mais eficaz.



 



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