segunda-feira, 21 de setembro de 2015

OBESIDADE - COMO EMAGRECER?

Ao excesso de tecido adiposo é dado o nome de Obesidade.  Quando o indivíduo está em período prolongado de jejum, o organismo busca energia no tecido adiposo que é importante depósito energético.

A obesidade tem sido um dos maiores problemas de saúde pública devido ao seu aumento substancial o qual está relacionado ao sedentarismo, industrialização, estresse, medicamentos, algumas doenças, dentre outros.

É importante considerar a obesidade como principal determinante da chamada síndrome metabólica (obesidade, hipertensão, hiperinsulinismo, intolerância à glicose, hiperlipidemia) e também como principal fator de risco para doença coronariana, principalmente no sexo masculino. 
É sabido que a obesidade não é uma doença isolada. O aumento de peso pode contribuir substancialmente para o surgimento de doenças como Diabetes tipo 2, Hipertensão arterial, Dislipidemias e até mesmo doenças cardiovasculares. 


Tem sido considerada atualmente uma síndrome causada por vários fatores, inclusive genéticos. Estes fatores podem atuar em conjunto ou isoladamente levando o indivíduo à um aumento de peso indesejado. 

Na prática, sempre que o ganho energético, obtido pela alimentação, supera o gasto de energia, o organismo acumula as calorias em forma de células de gordura.


Métodos diretos e indiretos são utilizados para verificar o grau da obesidade. Compreende-se por métodos indiretos: medidas antropométricas, uso de tabelas de padronização de peso e altura, cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea), a medida da prega cutânea e a relação cintura/quadril. Dentre eles, o mais utilizado é o IMC que consiste em classificar o grau de obesidade adotando os parâmetros altura e medida onde divide-se o peso (em kg) pela altura (em metros) ao quadrado.

IMC   =    peso (kg)
             altura(m2)

Classificação da Obesidade:

ÍNDICE DE MASSA CORPORAl (KM/M)   -   CLASSIFICAÇÃO

              < 20                                              Baixo
           20 - 24,9                                          Normal
           25 - 29,9                                          Sobrepeso
           30 - 34,9                                          Obesidade grau 1
           35 - 39,9                                          Obesidade grau 2
           Acima de 40                                     Obesidade grau 3

Em relação a obesidade abdominal, existem dois tipos:


- a central (tipo andróide), que é destacada como fator de risco para maior risco de doenças cardiovasculares; e

- ginecóide (maior acúmulo de gordura nos quadris).

O cálculo da relação cintura/quadril também pode ser usado para avaliar a obesidade. A medida é realizada com a pessoa deitada à altura do umbigo e a do quadril é médida na altura do trocanter (acidente anatômico do osso fêmur). Há um parâmetro para definir o resultado das medidas assim como no IMC. É um método pouco usado.

A prega cutânea é avaliada em alguns locais como bíceps (músculo anterior do braço), tríceps (músculo posterior do braço) e subescapular. Contudo, é um método pouco utilizado pois exige treino e instrumentos adequados.

Em relação aos métodos diretos para diagnóstico da obesidade temos: a ultrassonografia e tomografia computadorizada que mede o percentual de gordura existente no corpo. Porém é um método restrito à pesquisas e também dispendioso. 

Dentre todos os métodos, o que que prevalece na prática é o IMC (Índice de Massa Corpórea).

TRATAMENTO

O tratamento da obesidade irá variar de pessoa para pessoa. A faixa etária também diferencia o tratamento, pois a terapêutica utilizada na obesidade infantil é diferente da utilizada na obesidade da idade adulta.

Na mulher deve ser considerado a fase evolutiva em que a paciente está: infância, puberdade, mulher adulta, gravidez, lactação, menopausa. 

Avaliar o tipo físico do paciente como a constituição familiar e racial, fatores culturais e psicológicos, pois ao contrário o tratamento pode ser transformado em uma perseguição frustrante em atingir o peso ideal.

O tratamento para obesidade é procurado devido a problemas de saúde e/ou puramente estéticos.

É sabido que o aumento de peso na mulher pode acarretar danos psicológicos. No homem também é possível, porém a obesidade nesse caso é bem mais tolerada.

É preciso avaliar no paciente equilíbrio emocional, hábitos alimentares, atividade física. A dieta será indicada de acordo com o gasto calórico do paciente.

É importante entender que o tratamento do aumento de peso não se restringe à perda de peso. Primeiramente, através de exames de sangue e se necessário de imagem, será diagnosticado o motivo da obesidade para então trata-la. Assim como deve tratar a causa da obesidade, principalmente. Em muitos casos, a obesidade é causada pelo excesso de ansiedade. Tratando a ansiedade, o paciente alcançará o seu objetivo de perder peso.

O tratamento, além de promover a perda ponderal, também deverá incluir a etapa da manutenção para evitar o aumento de peso. É importante salientar que a obesidade é uma doença crônica e requer tratamento a longo prazo.

A terapêutica do emagrecimento é um tripé. Funcionam entrelaçadas e, se falhar em um desses ítens, não haverá o resultado esperado.

1 - alimentação balanceada (dietas hipocalóricas);
2 - atividade física regular (devidamente acompanhada por um profissional da área); e 
3 - tratamento farmacológico (devidamente prescrito e acompanhado por um médico)

DIETAS: 

Existem várias dietas com vários nomes diferentes, dietas radicais e/ou que prometem ser milagrosas. Mas é preciso tomar cuidado pois oferecem uma composição desequilibrada de nutrientes ou por durarem um curto período de tempo, podem ser prejudiciais ou induzir à redução de peso ilusória, pois logo que a dieta for suspensa, o peso retornará, causando o efeito sanfona. O ideal é que ocorra uma reeducação alimentar.

A dieta deverá ser adaptada para cada paciente de acordo com o seu estilo de vida, sexo, idade e atividade física, de forma que no final a relação entre ingestão de calorias e gasto de calorias termine em um balanço negativo de calorias. Além de tudo deverá agregar alimentos mais leves e deverá respeitar fatores econômicos, culturais e hábitos de cada pessoa. Muitas vezes o problema não está no que a pessoa come, mas sim na quantidade. Por isso é muito importante a reeducação alimentar. Restringir carboidratos, proteínas, gorduras, lactose, glúten, dentre outros não é o ideal pois o nosso corpo necessita de todos eles.

ATIVIDADE FÍSICA:

É essencial que seja incluído no tratamento a atividade física, principalmente na fase da manutenção. Muitas pessoas queixam-se que não gostam de academia. Contudo, atualmente, é possível encontrar muitas modalidades esportivas dentro e fora das academias que além de auxiliar no tratamento de peso ainda irá influenciar no psicológico, pois aumenta a autoestima, reduz consideravelmente os níveis de ansiedade e stress. É importante a prática de educação física orientada e acompanhada por um profissional da área, afim de prevenir lesões, ineficiência do resultado das atividades, dentre outros.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:

O tratamento farmacológico é muito útil, apesar de no passado ter havido controvérsias. Muitas pessoas não conseguem emagrecer somente com dieta e atividade física. Os medicamentos, em geral, são prescritos a pacientes com IMC maior que 30 ou maior que 25 quando for portador de diabetes, hipertensão ou aumento do colesterol. 

A medicação consiste em inibir a recaptação da serotonina e noradrenalina, influenciando o controle da digestão calórica via aumento de saciedade.

Outra medicação consiste em inibir a lipase (enzima que realiza a quebra da gordura), impedindo a absorção da mesma no intestino delgado. 30% da gordura ingerida é eliminada nas fezes.

É muito importante ressaltar que qualquer medicação para redução de peso deverá ser prescrita pelo médico e ter acompanhamento do mesmo. Medicações tomadas de forma aleatória, sem orientação podem trazer riscos à saúde e ainda causar o indesejado efeito rebote. O desmame da medicação é um momento muito importante pois previne o ganho de peso.

Considerações finais:


Neste artigo só foi abordado o tratamento clínico.

No tratamento da obesidade, o médico deverá focar também com muita cautela, na terapia comportamental do paciente. Ele pode ajudar o paciente a desenvolver metas realistas (definir um peso ideal de acordo com biotipo, sexo, idade...), opinar e ajudar na escolha da atividade física que mais adapte-se ao gosto do paciente, auxiliar nos problemas que dificultem a perda de peso. Há pessoas que querem atingir determinado peso que para a estrutura corporal, altura e sexo não estaria de acordo com a realidade. Por isso é importante a ajuda de um profissional médico da área.

O sucesso da perda de peso depende muito mais do paciente do que do médico.

É importante saber que muitas vezes a ânsia por ter um corpo igual ao de uma celebridade pode prejudicar o tratamento e auto estima. Cada pessoa tem um biotipo diferente. Focar em si mesmo e no seu objetivo é a maneira mais saudável para ajudar a alcançar resultados satisfatórios. 

A perda de peso saudável é aquela que ocorre progressivamente. Perder grande quantidade em pouco tempo pode ser prejudicial a saúde.

Toda medicamento para perda de peso só deverá ser tomado após a realização de exames médicos pois todo remédio possui contraindicação. Isso reforça ainda mais a importância de um profissional médico qualificado para realizar o tratamento. 

Não compre medicamentos vendidos sem receita. Pode causar danos irreversíveis à sua saúde. Evite também medicamentos ditos "fitoterápicos" vendidos de forma indiscriminada em drogarias, revistas, programas de TV. A auto medicação pode trazer danos irreversíveis ao organismo.

Saiba tudo detalhadamente sobre a Obesidade acessando o link: http://stacasameneghello.blogspot.com.br/p/endocrinologia-especial-obesidade.html

 Dúvidas podem ser esclarecidas através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh






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