segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ANOREXIA NERVOSA


O QUE É ANOREXIA NERVOSA?

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma busca obsessiva pela perda de peso corporal. Nessa condição, apesar de estar visivelmente magra, a pessoa se enxerga gorda e, com medo de ganhar peso, limita a ingestão alimentar a níveis mínimos ou usa métodos para aumentar ainda mais a perda de peso.

Ao contrário do que ocorre na bulimia, a quantidade de alimentos ingeridos é muito baixa e a prática de jejum ocorre sem que tenha havido nenhum abuso alimentar. 

Assim, há indivíduos anoréxicos que ingerem apenas 200 calorias por dia, ou seja, 10% das necessidades diárias de consumo calórico.

A anorexia nervosa não deve ser vista como vaidade ou uma crise da adolescência, contornável com uma conversa em família. É uma DOENÇA que, além de desnutrição e do desequilíbrio emocional grave, pode causar sequelas importantes, tais como osteoporose precoce, depressão, arritmia cardíaca e infertilidade, sem falar no risco de caquexia, um grau extremo de fraqueza que pode ser fatal em alguns casos.

SINAIS e SINTOMAS DE ANOREXIA NERVOSA:

O sintoma mais chamativo da anorexia nervosa é a perda exagerada de peso em um curto período de tempo sem nenhuma causa aparente, acompanhada de uma visão distorcida da imagem corporal (dismorfia). 

A recusa alimentar não é fruto de perda de apetite, mas do pavor de engordar. Esta condição pode inicialmente passar despercebida para a família e amigos, principalmente pela negação do portador em assumir este comportamento.

A pele e as mucosas do indivíduo podem se mostrar bastante secas, assim como os cabelos, que se tornam finos e quebradiços evidenciando a presença de desnutrição. 

Em consequência disto, ocorre uma má distribuição de líquidos corporais, que pode gerar inchaços nas pernas e na barriga, com episódios de constipação intestinal. 

Nas mulheres, o ciclo menstrual é interrompido e as características femininas sofrem regressão.

Além desses sinais clínicos, os indícios comportamentais da presença do transtorno são notados por meio da recusa em participar das refeições, por uma dieta cada vez mais seletiva em qualidade e quantidades, o isolamento dos amigos e da família e o hábito de comer escondido ou jejuar. 

A doença ainda costuma apresentar alguns problemas psiquiátricos associados, como depressão, síndrome do pânico e comportamentos obsessivo-compulsivos.

A anorexia nervosa resulta de uma combinação de fatores genéticos, sociais, neurológicos e psicológicos. 

Entre os principais fatores implicados no desenvolvimento dessa doença estão a predisposição genética, por meio de histórico familiar de doenças psiquiátricas e antecedentes de rejeição ou abuso sexual.

A presença de outro distúrbio psiquiátrico é implicada em muitos pacientes, sobretudo quando presente a distorção da imagem corporal. 

Além disso, o culto à magreza, imposto pela profissão, família ou pelo grupo social é um importante causa para os indivíduos acometidos, particularmente os jovens
.
Pesquisas estão sendo realizadas para avaliar a importância de alterações nas concentrações de alguns neurotransmissores associados ao bem-estar do indivíduo, como a serotonina e a noradrenalina na instalação dessa condição.

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico é clínico e se baseia na história relatada pela pessoa e por sua família, no conjunto de sintomas e no exame físico, que já pode evidenciar sinais de desnutrição e desidratação, assim como de anemia. 

A avaliação do índice de massa corporal (IMC) é fundamental para este diagnóstico.

Esse índice é obtido através do peso e altura do indivíduo, sendo calculado por meio da divisão do peso da pessoa em quilogramas pelo quadrado da sua altura em metros. Existem faixas de valores previamente estabelecidos para determinação do peso adequado para cada paciente.

Os pacientes anoréxicos geralmente apresentam valores de IMC inferiores a 15% do limite inferior de normalidade de peso. Exame físico e testes laboratoriais são necessários para avaliar o grau da desnutrição e a intensidade da anemia, orientando melhor o tratamento. 

Na prática, o diagnóstico da anorexia nervosa é feito em estágios mais avançados, uma vez que a consulta ao médico ocorre somente quando os sinais e sintomas da desnutrição são bem evidentes.

TRATAMENTO:

Não existe um medicamento para tratar a anorexia. 

A abordagem terapêutica desses pacientes deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, com pilares em psicoterapia, acompanhamento nutricional e, em muitos casos, emprego de medicações psiquiátricas. 

A recuperação do peso e reabilitação do estado nutricional é o objetivo alvo do tratamento, e deve ocorrer de forma gradual.

Da mesma maneira, o acompanhamento psicológico deve ser priorizado para o indivíduo atingir um equilíbrio e bem-estar com seu peso e corpo. 

Pode ser necessário a utilização de antidepressivos, ansiolíticos ou outras drogas que agem no sistema nervoso, que devem ser cuidadosamente prescritas pelo maior risco de sensibilidade e efeitos colaterais. 

A hospitalização para suporte médico intensivo é indicada nos casos mais graves para controle de distúrbio de comportamento e alterações clínicas de risco para a sobrevivência do paciente.

PREVENÇÃO:

Ainda não se conhecem medidas de prevenção efetivas contra o desenvolvimento dos transtornos alimentares. 

O reconhecimento da anorexia nervosa precocemente e a indicação de tratamento adequado são medidas fundamentais para amenizar as complicações severas decorrentes deste comportamento.

Desde que o portador tenha um bom seguimento profissional, há menor risco de cronicidade da doença e de recorrências dos quadros agudos de descompensação. 

Neste aspecto, a psicoterapia é uma medida fundamental para a conscientização do indivíduo sobre sua real imagem física e a necessidade de manter um estilo de vida mais saudável.

Da mesma forma, a orientação nutricional deve ser realizada regularmente para educação de um hábito alimentar correto a ser mantido em longo prazo.
Aos pais e educadores, principalmente, cabe também orientar os adolescentes para que encarem com crítica e bom senso os padrões de beleza e saúde.

Na maioria das vezes, os transtornos alimentares começam na tentativa de seguir esse falso ideal.

Quem exerce profissões de risco para a anorexia igualmente precisa ficar atento para não fazer da necessidade de perda de peso uma obsessão, procurando apoio psicológico preventivo, se necessário. 

Por fim, as famílias devem acompanhar de perto suas crianças e adolescentes, conhecendo seu comportamento e seus hábitos alimentares. Em tempos de vigilância contra a obesidade infantil, muita gente acaba se esquecendo de que ser magro demais também não é saudável.

DÚVIDAS podem ser esclarecidas por esse mesmo canal de comunicação ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh

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