INTRODUÇÃO:
O
Corrimento Vaginal é uma das principais queixas em consultórios médicos
perfazendo 1/3 do total de consultas em ginecologia sendo que as causas são
bastante diversas com destaque para os agentes de natureza infecciosa.
Este
agente infeccioso pode se originar do próprio crescimento da flora normal da
vagina (chamada infecção oportunista) ou se originar pela colonização de
microrganismos introduzidos no meio vaginal por meio de contato sexual e
agravada pela promiscuidade.
O
conteúdo normal da vagina é formado por uma complexa mistura de substâncias
composta por secreções das glândulas vaginais, por descamação celular do trato
genital, por neutrófilos, por microrganismos saprófitos e de líquidos
provenientes de capilares da região vaginal que penetram na cavidade vaginal e
em certas ocasições este conteúdo vaginal pode aumentar em quantidade tal como
ocorre durante a ovulação, no período pré menstrual, na excitação sexual, no
período neonatal e durante o puerpério.
DEFINIÇÃO DE
CORRIMENTO VAGINAL:
É
uma anormalidade, tanto em quantidade como em aspecto físico, do conteúdo
vaginal que se exterioriza através dos órgãos genitais externos.
Entretanto,
nem todo conteúdo vaginal que se exterioriza deve ser considerado um corrimento
vaginal patológico.
Considera-se
corrimento vaginal patológico ao conteúdo vaginal que se exterioriza e que é
originário de microrganismos infecciosos. A exteriorização de conteúdo vaginal
originários de situações fisiológicas (como as descritas acima) não são
considerados corrimento vaginal patológico.
MECANISMOS DE DEFESA
DO TRATO GENITAL FEMININO:
O
organismo humano possui inúmeros mecanismos de defesa que o protegem contra
vários tipos de agressões e de inúmeros microrganismos.
Da
mesma forma, o trato genital feminino também os possui. Entre os mecanismos de
defesa anatômicos podemos citar os vários fatores mecânicos tais como a pele da
vulva mais espessa, os pelos pubianos mais numerosos, a adequada coaptação dos
pequenos lábios e a perfeita justaposição das paredes vaginais.
Outros
fatores igualmente importantes também estão presentes como o muco cervical
alcalino que ocorre durante a gestação e que possui uma ótima função
bactericida.
Entretanto,
um dos principais mecanismos de auto defesa do trato genital feminino decorre
da presença lactobacilos (bactérias que fazem parte da flora vaginal normal)
também chamados de Bacilos de Doderlein.
Estes
microrganismos são os responsáveis pela autolimpeza vaginal que é o principal
mecanismo contra as infecções do trato genital feminino.
Os
lactobacilos possuem a capacidade de produzir uma substância chamada Peróxido
de Hidrogênio além de possuir a capacidade em transformar o Glicogênio (que é
um subproduto da glicose) em Ácido Lático que diminui o PH tornando a secreção
vaginal ácida.
A
produção do Peróxido de Hidrogênio associado a um meio ácido é o responsável
pelo mecanismo de autodefesa ou auto depuração vaginal, mecanismo este
influenciado e regulado diretamente pelo hormônio feminino estrogênio que
aumenta a produção do Glicogênio o que facilita a ação enzimática do
lactobacilo.
TIPOS DE CORRIMENTOS
VAGINAIS:
Conforme
mencionado acima, a vagina possui inúmeros microrganismos que fazem parte da
flora normal vaginal. Assim sendo, é de se supor que a cultura da secreção
vaginal indicará com frequência a presença que algum tipo de bactéria que faz
parte da flora vaginal normal. Por este motivo, a Cultura de Secreção Vaginal
não pode ser considerado um exame de laboratório fiel para o diagnóstico de corrimentos
vaginais existindo outros métodos laboratoriais mais eficazes.
Citamos
acima alguns pontos importantes sobre corrimento vaginal. Deve-se salientar
que, na dependência do tipo de microrganismo determinante do corrimento vaginal
patológico tem-se os vários tipos de corrimentos. Os principais e objeto de
descrição futura são:
-
Vaginose Bacteriana também chamada de Vaginite Inespecífica.
-
Candidíase Vulvovaginal.
-
Tricomoníase.
-
Vaginose Citolítica.
Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação e/ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh
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Um comentário:
Eu tenho uma secreção bem semelhante a essa imagem com o especulo. Já fiz vários exames e não acusa candidíase, ela não tem cheiro é nem coça . É normal ??
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