segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CORRIMENTO VAGINAL


INTRODUÇÃO:
O Corrimento Vaginal é uma das principais queixas em consultórios médicos perfazendo 1/3 do total de consultas em ginecologia sendo que as causas são bastante diversas com destaque para os agentes de natureza infecciosa.
Este agente infeccioso pode se originar do próprio crescimento da flora normal da vagina (chamada infecção oportunista) ou se originar pela colonização de microrganismos introduzidos no meio vaginal por meio de contato sexual e agravada pela promiscuidade.

O conteúdo normal da vagina é formado por uma complexa mistura de substâncias composta por secreções das glândulas vaginais, por descamação celular do trato genital, por neutrófilos, por microrganismos saprófitos e de líquidos provenientes de capilares da região vaginal que penetram na cavidade vaginal e em certas ocasições este conteúdo vaginal pode aumentar em quantidade tal como ocorre durante a ovulação, no período pré menstrual, na excitação sexual, no período neonatal e durante o puerpério.


DEFINIÇÃO DE CORRIMENTO VAGINAL:
É uma anormalidade, tanto em quantidade como em aspecto físico, do conteúdo vaginal que se exterioriza através dos órgãos genitais externos.
Entretanto, nem todo conteúdo vaginal que se exterioriza deve ser considerado um corrimento vaginal patológico.

Considera-se corrimento vaginal patológico ao conteúdo vaginal que se exterioriza e que é originário de microrganismos infecciosos. A exteriorização de conteúdo vaginal originários de situações fisiológicas (como as descritas acima) não são considerados corrimento vaginal patológico.

MECANISMOS DE DEFESA DO TRATO GENITAL FEMININO:
O organismo humano possui inúmeros mecanismos de defesa que o protegem contra vários tipos de agressões e de inúmeros microrganismos.
Da mesma forma, o trato genital feminino também os possui. Entre os mecanismos de defesa anatômicos podemos citar os vários fatores mecânicos tais como a pele da vulva mais espessa, os pelos pubianos mais numerosos, a adequada coaptação dos pequenos lábios e a perfeita justaposição das paredes vaginais.

Outros fatores igualmente importantes também estão presentes como o muco cervical alcalino que ocorre durante a gestação e que possui uma ótima função bactericida.

Entretanto, um dos principais mecanismos de auto defesa do trato genital feminino decorre da presença lactobacilos (bactérias que fazem parte da flora vaginal normal) também chamados de Bacilos de Doderlein.
Estes microrganismos são os responsáveis pela autolimpeza vaginal que é o principal mecanismo contra as infecções do trato genital feminino.

Os lactobacilos possuem a capacidade de produzir uma substância chamada Peróxido de Hidrogênio além de possuir a capacidade em transformar o Glicogênio (que é um subproduto da glicose) em Ácido Lático que diminui o PH tornando a secreção vaginal ácida.
A produção do Peróxido de Hidrogênio associado a um meio ácido é o responsável pelo mecanismo de autodefesa ou auto depuração vaginal, mecanismo este influenciado e regulado diretamente pelo hormônio feminino estrogênio que aumenta a produção do Glicogênio o que facilita a ação enzimática do lactobacilo.

TIPOS DE CORRIMENTOS VAGINAIS:
Conforme mencionado acima, a vagina possui inúmeros microrganismos que fazem parte da flora normal vaginal. Assim sendo, é de se supor que a cultura da secreção vaginal indicará com frequência a presença que algum tipo de bactéria que faz parte da flora vaginal normal. Por este motivo, a Cultura de Secreção Vaginal não pode ser considerado um exame de laboratório fiel para o diagnóstico de corrimentos vaginais existindo outros métodos laboratoriais mais eficazes.

Citamos acima alguns pontos importantes sobre corrimento vaginal. Deve-se salientar que, na dependência do tipo de microrganismo determinante do corrimento vaginal patológico tem-se os vários tipos de corrimentos. Os principais e objeto de descrição futura são:

- Vaginose Bacteriana também chamada de Vaginite Inespecífica.
- Candidíase Vulvovaginal.
- Tricomoníase.
- Vaginose Citolítica.

Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação e/ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh

Um comentário:

Kamila V. disse...

Eu tenho uma secreção bem semelhante a essa imagem com o especulo. Já fiz vários exames e não acusa candidíase, ela não tem cheiro é nem coça . É normal ??

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