Anemia Aplástica
é um tipo de anemia decorrente da incapacidade da medula óssea em produzir
células sanguíneas (chamados hemácias ou eritrócitos) para suprir a renovação
dos glóbulos vermelhos mais antigos levando ao aparecimento de níveis
diminuídos de glóbulos vermelhos e de hemoglobina. Entretanto, a Anemia
Aplástica não só diminui a produção de glóbulos vermelhos mas também afeta a
produção e renovação dos glóbulos brancos e das plaquetas pois todos as células
do sangue possuem sua origem e produção na medula óssea.
INCIDÊNCIA:
A Anemia
Aplástica é considerada uma doença relativamente rara que ocorre com maior
frequência em indivíduos adultos jovens, antes da quarta década de vida. Além
disso, ocorre com maior frequência em países asiáticos.
PRINCIPAIS
CAUSAS:
Cerca de 70% a
80% dos casos de Anemia Aplástica são consideradas idiopáticas, isto é, sem uma
causa específica.
Dentre os
agentes que efetivamente causam Anemia Aplástica destaca-se dois grupos:
1.
Fatores
causais isolados: São aqueles fatores em que o contato ou
uso de certas substâncias pode desencadear a doença em certos indivíduos.
Pode-se citar dentro deste grupo as radiações ionizantes (como a radioterapia),
medicamentos quimioterápicos e imunossupressores (como os medicamentos
utilizados na quimioterapia), pesticidas e o benzeno.
Vale salientar que
nem todas as pessoas que entram em contato com estas substâncias desenvolvem
Anemia Aplástica. Apenas um pequeno grupo de indivíduos a desenvolve.
2. Fatores Causais Idiossincráticos:
Chama-se de idiossincrasia uma reação anormal de um indivíduo à uma determinada
substância reação esta própria e exclusiva daquele indivíduo.
Assim sendo, neste
grupo inclui-se certas substâncias que, apenas em certos e poucos indivíduos,
causam Anemia Aplástica.
Dentre estas substância
podemos citar os medicamentos Cloranfenicol (nome comercial Quemicetina –
antibiótico), Carbamazepina (nome comercia Tegretol – anticonvulsivante),
anti-inflamatórios não hormonais (como Diclofenaco e outros), alguns
anticonvulsivantes e medicamentos a base de sais de ouro.
Além
deste fatores descritos acimas existem certas condições que não são
consideradas como causa de Anemia Aplástica mas que, na dependência de uma
série de fatores individuais, pode evoluir ou desencadear Anemia Aplástica tais
como a gestação, o Lupus Eritematoso Sistêmico, o Timoma (tipo de tumor maligno
localizado no tórax) e a Facite (inflamação de uma membrana que recobre os
músculos).
Alguns
casos de Anemia Aplástica também pode ocorrer após um episódio de Hepatite não
viral sem identificação da causa.
Esta
diversidade de fatores que causam Anemia Aplástica em algumas pessoas mas não
causam na maioria das outras pessoas deve-se à grande diversidade de fatores
genéticos e as diferentes respostas da imunidade existente de indivíduo para
indivíduo.
SINAIS e SINTOMAS:
Os
principais sinais e sintomas estão relacionados com a gravidade da redução das
células sanguíneas circulantes.
Dentre
os principais sintomas destaca-se astenia (sensação de fraqueza) e fadiga
intensa ambas decorrentes da diminuição quantidade de glóbulos vermelhos,
infecções de repetição decorrente da diminuição dos glóbulos brancos
circulantes, sangramentos de início gradual decorrente da diminuição do número
de plaquetas.
Os
sinais de Anemia Aplástica e que são identificados durante o exame físico
também apresentam sua intensidade relacionada a gravidade da redução das
células sanguíneas circulantes bem como do tipo de célula sanguínea envolvida.
Assim sendo, no exame físico pode-se encontrar principalmente palidez,
sangramentos de pele e de mucosas mas sem a coexistência de visceromegalia
(aumento do tamanho dos órgãos).
Os
sinais e sintomas de infecção geralmente são leves independentemente da
gravidade do processo infeccioso pois com a diminuição do número de glóbulos
brancos circulantes as reações à infecções também tornam-se diminuídas.
EXAMES LABORATORIAIS
DE DIAGNÓSTICO:
O
principal exame é o hemograma completo associado a contagem de reticulócitos
(glóbulos vermelhos não totalmente desenvolvidos) sendo que a suspeita de
Anemia Aplástica ocorre quando existirem pelo menos dois dos seguintes
critérios diagnósticos:
-
Contagem de reticulócitos menor do que 1%.
-
Número de plaquetas menor que 20.000/mm de sangue.
-
Número de neutrófilos (o principal tipo de glóbulo branco) menor que 500/mm de
sangue.
Quando,
um hemograma com contagem de reticulócitos apresentar pelo menos dois dos 03
critérios acima tem-se forte suspeita de Anemia Aplástica.
Uma
vez feito a suspeita da existência de Anemia Aplástica para uma investigação
mais profunda sobre o diagnóstico e as causas prováveis é necessário a
realização do hemograma com contagem de reticulócitos, o mielograma e a biópsia
de medula óssea.
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL:
A
maioria dos sinais e sintomas não são
exclusivos de uma determinada doença. A maioria dos sinais e sintomas podem
aparecer em várias doenças. Dai a necessidade em se realizar o chamado diagnóstico diferencial. Assim, como o
próprio nome diz, diagnóstico diferencial é a diferenciação entre a doença
suspeita com outras doenças que possuem alguns sinais e sintomas semelhantes à
ela.
Entre
as doenças que devem ser diferenciadas da Anemia Aplástica tem-se várias
doenças hematológicas tais como a Leucemia Linfocítica, a Mielofibrose (fibrose
da medula óssea), doenças linfoproliferativas (grupo de doenças malignas
representadas por alguns tipos de Leucemia, principalmente a Leucemia Linfóide
Cronica), infecções por micobactérias (um tipo de bactéria mais agressiva),
infecções por HIV, Calazar (doença produzida por fungos que compromete vários
órgão e é transmitida pela picada do mosquito palha), o Lupus Eritematoso
Sistêmico, alguns tipos de deficiência vitamínica, e a Anorexia Nervosa.
Como
a Anemia Aplástica possui maior incidência em jovens, há a necessidade também
de diferencia-la de algumas anemias hereditárias como a Anemia de Fanconi, a
Disceratose Congênita e a Síndrome de Shwachmann-Diamond.
TRATAMENTO DA ANEMIA
APLÁSTICA:
A
Anemia Aplástica é considerada uma urgência médica requerendo atenção rápida ao
paciente
O
tratamento inicial requer o estabelecimento do diagnóstico de certeza da Anemia
Aplástica, a realização de uma genotipagem do paciente e de seus parentes próximos
para a provável realização de um transplante de medula óssea e o tratamento de
suporte.
Este
tratamento de suporte é realizado enquanto se realiza a investigação
diagnóstica e a genotipagem do paciente sendo de extrema importância e consiste
em:
-
Administração de antibióticos, antivirais e/ou antifúngicos em casos de
infecções bacterianas, virais e/ou fungicas concomitantes.
-
Transfusões de componentes sanguíneos ou de sangue total de acordo com os
resultados laboratoriais dando-se preferência pela transfusão de concentrado de
plaquetas obtido de um único doador (aferese).
O
tratamento definitivo da Anemia Aplástica consiste na realização de um
transplante de medula óssea.
Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh
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3 comentários:
Muito bem explicado , me ajudou muito, principalmente no diagnostico diferencial. Obrigada!
Obrigado, Andressa! Fico feliz que possa ter ajudado. Até logo
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