O sopro cardíaco é um ruído que pode ser ouvido entre um batimento e
outro do coração. Não se trata de uma doença, mas de um achado ao se
examinar o coração com o estetoscópio, que pode ter ou não significado
clínico, ou seja, indicar ou não doença do coração.
Pode ocorrer em crianças, adultos e idosos. Cerca de 40% a 50% das crianças saudáveis apresentam o sopro denominado inocente
ou fisiológico, decorrente de fenômenos naturais. É um tipo de sopro
com características próprias, que após investigação clínica não se
encontra doença.
Entretanto, o sopro também pode ser
representação de doenças cardíacas congênitas ou adquiridas. Por haver
essa possibilidade, é preciso esclarecer sua origem.
Como muitas
vezes o sopro é detectado em consultas de rotina em crianças, a notícia
costuma causar uma grande preocupação para os pais.
Contudo, na
maioria das vezes, o sopro é do tipo inocente, ou seja, sem causa ou
doença detectável e, mesmo quando há doenças responsáveis pelo seu
aparecimento, as perspectivas atuais de sucesso no tratamento, quando
necessário, são muito boas.
PRINCIPAIS CAUSAS DO SOPRO CARDÍACO:
Como o sopro é apenas um sinal ao exame do coração, ele não produz
sintomas. Os sintomas vão depender do tipo e da gravidade da doença que
causa o mesmo, se existir.
Muitas doenças do coração,
principalmente em crianças, não causam sintomas e só são suspeitadas
quando o médico detecta o sopro durante a ausculta cardíaca. Quando há
sintomas, os principais podem ser cansaço, taquicardia, desmaios
repentinos e coloração azulada nos dedos e nos lábios (cianose),
particularmente em crianças, em virtude da baixa oxigenação do sangue –
manifestação que, aliás, requer atendimento médico imediato.
Não há uma explicação muito precisa para os sopros inocentes. O ruído
pode derivar simplesmente de modificações temporárias no sistema
circulatório do recém-nascido, da criança e do adolescente, ou mesmo em
adultos, ou, então, de vibrações das estruturas elásticas do coração.
Outra explicação seria a maior turbulência do fluxo sangüíneo,
decorrente de febre ou de um quadro de anemia, que são condições comuns
em crianças.
Entre os problemas congênitos que causam sopros
estão as alterações nas valvas cardíacas e as comunicações entre as
cavidades esquerda e direita e entre artérias. Uma causa bastante
freqüente de sopros é decorrente de alterações nas valvas cardíacas
causadas por febre reumática na infância, uma complicação cardíaca
secundária a infecções de garganta por uma bactéria chamada
estreptococo.
Doenças degenerativas das valvas do coração, mais
freqüentes em idosos, também podem causar sopro, como no caso da
estenose da valva aórtica.
DIAGNÓSTICO DO SOPRO CARDÍACO:
O sopro é diagnosticado pela ausculta do coração pelo médico que atende a criança ou o adulto.
Embora a história clínica e as características do sopro auxiliem na
caracterização do mesmo, se inocente ou causado por alguma doença,
muitas vezes, para esclarecer a causa são necessários exames
complementares.
Os mais empregados nessa investigação são a
radiografia de tórax, o eletrocardiograma e, principalmente, o
ecocardiograma, que é um ultra-som que mostra imagens do coração e o seu
funcionamento e permite o diagnóstico da maioria das causas de sopros
em adultos e crianças.
TRATAMENTO DOS SOPROS CARDÍACO:
Os sopros propriamente não requerem tratamento. Quando existe uma
doença que cause o sopro, há necessidade de acompanhamento e, algumas
vezes, pode ser necessário tratamento clínico ou por meio de cirurgia ou
outro procedimento invasivo.
Quando não há doença e o sopro é
considerado fisiológico ou inocente não há necessidade de tratamento e
as crianças que apresentam esse sinal podem levar uma vida normal, sem
restrições e sem necessidade de acompanhamento cardiológico.
Apesar
de haver fatores que independem de prevenção, o risco de ter um bebê com
doença cardíaca que cause sopro anormal pode ser reduzido por um bom
acompanhamento pré-natal, que inclua medidas de prevenção contra doenças
infecciosas, particularmente a sífilis e a rubéola, e por cuidados com o
uso de medicamentos e de outras substâncias que interfiram na formação
do coração do feto, que ocorre até a oitava semana de gestação.
Já
durante a infância, é importante tratar adequadamente a criança que
contrai infecções por estreptococos, sempre pelo tempo recomendado pelo
médico, para evitar uma possível evolução do quadro para febre
reumática, que, em alguns casos, pode ocasionar lesões nas valvas do
coração.
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