segunda-feira, 23 de junho de 2014

SOPRO CARDÍACO


O sopro cardíaco é um ruído que pode ser ouvido entre um batimento e outro do coração. Não se trata de uma doença, mas de um achado ao se examinar o coração com o estetoscópio, que pode ter ou não significado clínico, ou seja, indicar ou não doença do coração.

Pode ocorrer em crianças, adultos e idosos. Cerca de 40% a 50% das crianças saudáveis apresentam o sopro denominado inocente ou fisiológico, decorrente de fenômenos naturais. É um tipo de sopro com características próprias, que após investigação clínica não se encontra doença.

Entretanto, o sopro também pode ser representação de doenças cardíacas congênitas ou adquiridas. Por haver essa possibilidade, é preciso esclarecer sua origem.
Como muitas vezes o sopro é detectado em consultas de rotina em crianças, a notícia costuma causar uma grande preocupação para os pais.

Contudo, na maioria das vezes, o sopro é do tipo inocente, ou seja, sem causa ou doença detectável e, mesmo quando há doenças responsáveis pelo seu aparecimento, as perspectivas atuais de sucesso no tratamento, quando necessário, são muito boas. 

 
PRINCIPAIS CAUSAS DO SOPRO CARDÍACO:


Como o sopro é apenas um sinal ao exame do coração, ele não produz sintomas. Os sintomas vão depender do tipo e da gravidade da doença que causa o mesmo, se existir.

Muitas doenças do coração, principalmente em crianças, não causam sintomas e só são suspeitadas quando o médico detecta o sopro durante a ausculta cardíaca. Quando há sintomas, os principais podem ser cansaço, taquicardia, desmaios repentinos e coloração azulada nos dedos e nos lábios (cianose), particularmente em crianças, em virtude da baixa oxigenação do sangue – manifestação que, aliás, requer atendimento médico imediato.

Não há uma explicação muito precisa para os sopros inocentes. O ruído pode derivar simplesmente de modificações temporárias no sistema circulatório do recém-nascido, da criança e do adolescente, ou mesmo em adultos, ou, então, de vibrações das estruturas elásticas do coração.

Outra explicação seria a maior turbulência do fluxo sangüíneo, decorrente de febre ou de um quadro de anemia, que são condições comuns em crianças.

Entre os problemas congênitos que causam sopros estão as alterações nas valvas cardíacas e as comunicações entre as cavidades esquerda e direita e entre artérias. Uma causa bastante freqüente de sopros é decorrente de alterações nas valvas cardíacas causadas por febre reumática na infância, uma complicação cardíaca secundária a infecções de garganta por uma bactéria chamada estreptococo.

Doenças degenerativas das valvas do coração, mais freqüentes em idosos, também podem causar sopro, como no caso da estenose da valva aórtica.


DIAGNÓSTICO DO SOPRO CARDÍACO:


O sopro é diagnosticado pela ausculta do coração pelo médico que atende a criança ou o adulto.
Embora a história clínica e as características do sopro auxiliem na caracterização do mesmo, se inocente ou causado por alguma doença, muitas vezes, para esclarecer a causa são necessários exames complementares.

Os mais empregados nessa investigação são a radiografia de tórax, o eletrocardiograma e, principalmente, o ecocardiograma, que é um ultra-som que mostra imagens do coração e o seu funcionamento e permite o diagnóstico da maioria das causas de sopros em adultos e crianças.


TRATAMENTO DOS SOPROS CARDÍACO:


Os sopros propriamente não requerem tratamento. Quando existe uma doença que cause o sopro, há necessidade de acompanhamento e, algumas vezes, pode ser necessário tratamento clínico ou por meio de cirurgia ou outro procedimento invasivo.
Quando não há doença e o sopro é considerado fisiológico ou inocente não há necessidade de tratamento e as crianças que apresentam esse sinal podem levar uma vida normal, sem restrições e sem necessidade de acompanhamento cardiológico.
Apesar de haver fatores que independem de prevenção, o risco de ter um bebê com doença cardíaca que cause sopro anormal pode ser reduzido por um bom acompanhamento pré-natal, que inclua medidas de prevenção contra doenças infecciosas, particularmente a sífilis e a rubéola, e por cuidados com o uso de medicamentos e de outras substâncias que interfiram na formação do coração do feto, que ocorre até a oitava semana de gestação.
Já durante a infância, é importante tratar adequadamente a criança que contrai infecções por estreptococos, sempre pelo tempo recomendado pelo médico, para evitar uma possível evolução do quadro para febre reumática, que, em alguns casos, pode ocasionar lesões nas valvas do coração.

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