Antes de falar sobre as
características do declínio mental do idoso, vale definir o que é o termo
COGNIÇÃO.
Chama-se cognição ao conjunto
dos processos mentais usados no pensamento, na classificação, no reconhecimento
e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de
determinados sistemas e soluções de problemas.
A perda deste processos
mentais associados a um comprometimento da memória constitui uma das maiores
queixas em pessoas idosas pois com o passar da idade existe uma menor prontidão
da memória que eventualmente, pode ser confundido com quadros de Demência
apesar de ocorrer um aumento dos processos demenciais com o envelhecimento.
Nos indivíduos idosos
normais ocorre uma diminuição do tamanho do cérebro, diminuição no número de
neurônios na região do córtex, alterações que podem explicar as mudanças
comportamentais do idoso e confundi-las com Doença de Alzheimer. As principais
alterações relacionadas ao envelhecimento são:
ALTERAÇÕES
DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS:
As habilidades e
princípios de organização que um indivíduo possui para lidar com as diversas
situações em um relacionamento social e ter um conduta apropriada e eficaz são
habilidades originadas nos lobos frontais do cérebro. No idoso, devido a uma
diminuição no tamanho dos lobos frontais, tais indivíduos vão perdendo esta
capacidade que também pode ser influenciada por uma perda progressiva da
memória operacional.
ALTERAÇÕES
DA LINGUAGEM:
O envelhecimento normal
não altera as habilidades de linguagem, como o vocabulário e o processamento
sintático.
Entretanto, com o
envelhecimento, ocorre uma alteração na capacidade de lembrar palavras durante
uma conversação, a capacidade em nomear objetos e alterações na fluência verbal
além de dificuldades narrativas e dificuldades na compreensão da fala do
interlocutor.
ALTERAÇÕES
DAS HABILIDADES VISOESPACIAIS:
Entende-se por
habilidades visoespaciais à capacidade que toda pessoa tem em se orientar no
tempo e no espaço físico.
A partir dos 65 anos
ocorre um comprometimento progressivamente maior destas habilidades levando a
uma maior dificuldade de orientação mesmo em ambientes familiares, dificuldade
para estimar distâncias, para manipular objetos e uma maior dificuldade para andar
o que se traduz num fator de risco para quedas.
ALTERAÇÕES
DA MEMÓRIA:
Em idosos, a área da
memória é a que recebe o maior número de queixas tornando difícil diferenciar
doenças neurológicas em fases iniciais que causam comprometimento desta função.
Entretanto, muitos
idosos apresentam alterações tão leves da memória que praticamente não
apresentam diferença com indivíduos normais.
De uma forma geral, o
envelhecimento pode afetar 03 tipos diferentes de memória:
a. Memória de Evocação: É aquela memória em que o idoso passa a apresentar dificuldade na memorização de fatos que ocorreram à horas, dias ou meses, ou seja, apresentam uma deficiência na memória para fatos recentes.
b. Memória Episódica: É o comprometimento em maior ou menor grau da memória para um dado acontecimento.
c. Memória Operacional: É a deficiência da memória não só para fatos recentes mas também uma deficiência para a manipulação de eventos o que afeta das funções executivas e do aprendizado.
OUTRAS
ALTERAÇÕES:
Muitas outras
alterações não mentais pode ocorrer no indivíduo idoso e aparecer de forma
gradual com o tempo ou até sofrer um agravamento de uma condição anterior.
Assim sendo, pode-se
citar que no indivíduo idoso ocorre aparecimento e/ou piora de certos quadros
com Incontinência Urinária, quadros mais frequentes de diarreia com ou sem
motivo intestinal aparente, ocorrência de dores ósseas e articular
generalizadas (por desgaste articular), maior incidência de processos
infecciosos com maior resistência aos tratamento convencionais, presença de
processos infecciosos bacterianos sem episódios de febre e por vezes
assintomáticos (sem nenhum sintoma), maior incidência de manchas (Manchas
Senis), fragilidade capilar com maior propensão ao aparecimento de hematomas
sem traumas significativos, pele fina e frágil e maior incidência de Infecções
do Trato Urinário.
À estes sinais e
sintomas citados associam-se muitos outros que não cabe aqui descreve-los de
forma pormenorizada.
Entretanto, de todos os
sinais e sintomas acima citados, um dos principais sintomas e o que mais
incomodam os indivíduos idosos são os zumbidos
e/ou vertigens e a Síndrome
Depressiva.
Os zumbidos e/ou vertigens ocorrem devido a um desgaste nos ossos que
compõe o ouvido médio que são o martelo, a bigorna e o estribo.
Já a Síndrome Depressiva ou Depressão pode
ocorrer em decorrência de fatores ambientais tais como o pleno conhecimento de
suas atuais limitações ou mesmo por solidão podendo também ser decorrente de
outros fatores menos comuns.
TRATAMENTO
DO DECLÍNIO COGNITIVO DO IDOSO:
Não existe um
tratamento específico para o declínio das funções cognitivas que ocorrem no
idoso. Alguns autores preconizam o uso de complexos polivitamínicos mas não se
tem nenhum estudo totalmente comprobatório de sua eficácia para este tipo de
tratamento.
Sendo assim, cabe ao
médico, apenas ater-se à realização de um tratamento sintomático tais como o
uso de analgésicos comuns para melhora das dores generalizadas, uso de
antibióticos específicos em casos de processos infecciosos bacterianos e
tratamentos de suporte básicos.
Algumas doenças que
podem comprometer o indivíduo idoso pode necessitar de um procedimento
cirúrgico como forma de tratamento. Nestes casos, a opção por um tratamento
cirúrgico ou um tratamento paliativo deve ser avaliado de acordo com o consenso
do médico levando-se em conta a idade do paciente, os riscos do tratamento e o
desejo dos familiares responsáveis.
Quanto a ocorrência de
zumbido e/ou vertigens os medicamentos mais comumente utilizados é a Cinarizina
enquanto que para o tratamento da Depressão utiliza-se os vários tipos de anti
depressivos existentes no mercado como o Citalopram ou a Sertralina.
Dúvidas podem ser esclarecidas por esse mesmo meio de comunicação ou através de www.facebook.com/drnelsonmeneghellofh.
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